O silencio que sai do som da chuva espalha-se, num crescendo de monotonia cinzenta, pela rua estreita que fito. Estou dormindo desperto, de pé contra a vidraça a que me encosto como a tudo. Procuro em mim que sensações são as que tenho perante este cair esfiado de água sombriamente luminosa que destaca das fachadas sujas e ainda mais das janelas abertas.
E não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou.
Fernando Pessoa
Sem comentários:
Enviar um comentário