Os que sonham grandemente, ou são doidos e acreditam no que sonham e são felizes, ou são devaneadores simples, para quem o devaneio é uma música da alma, que ao embala sem lhes dizer ada. Mas os que sonha o possível tem a possibilidade do real da verdadeira desilusão (...)
O sonho que nos promete o impossível já nisso nos priva dele, mas o sonho que nos promete o possível intromete-se com a própria vida e delega nela a sua solução. Um vive exclusivo e independentemente o outro submisso das contingência do eu acontece.
Por isso amo as paisagens impossíveis e as grandes áreas desertas dos plainos onde nunca estarei. (...)
Durmo quando sonho o que não há; vou despertar quando sonho o que pode haver."
Fernando Pessoa
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