quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Vidas...

Infelizmente o conflito judeu/muçulmano não se limita ao médio oriente à uns anos atrás atendi na escola um aluno Judeu que praticava krav maga.
Estão a ver o perigo! O aluno era uma arma sempre pronta a disparar!
Consegui trabalhar muito bem com ele, na escola deixou de ser tão conflituoso, no fundo era um bom menino, cheio de odeio e revolta no coração, mas muito seguro quanto à sua religião.
Ao aprofundar a terapia vi que era vitima de violência por parte do pai. Sem abordar diretamente o assunto (nestes casos temos de andar com pezinhos de lã) pedi para me reunir com os pais.
Tive cuidado com a roupa que levei, por norma na escola visto-me sempre de forma discreta e sóbria, com um ou outro apontamento mais irreverente, mas naquele dia tive muito cuidado não os queria chocar. Até porque o pai era purista, respeitava todos os rituais, vestia-se de negro tinha o cabelo com aqueles caracóis de lado (desculpem-me não sei se existe um termo técnico) era uma personagem austera e muito assustadora. Em contrapartida a mulher era claramente submissa, até na roupa menos aprumada, camisa e saia longa, tudo creme sujo. O marido bem arranjado e ela parecia uma escrava, consegui conversar com ele, a esposa limitava-se a estar ao lado, (aliás ele levo-a porque não na sua religião não era recomendável estar sozinho comigo) percebi desconforto por ser mulher, mas ouviu-me e foi cordato, embora tenha a certeza de que de nada tenha adiantado.
O incrível da história é que até ali aquele senhor referia que amava o filho, mas que ele tinha de ser rijo para ajuda-lo a destruir os Muçulmanos que eram demónios na terra... Quem ensinava krav maga era o próprio pai, que não via mal nenhum no filho estar envolvido em conflitos (para ser sincera depois do conhecer até acho que era o pai que o instigava).
Na altura dei graças a Deus por não haver nenhum muçulmano a estudar ali, mas o que mais me assustou foi ver aquele senhor austero a debitar razões para odiar os Árabes, estávamos ali para falar do filho, do seu comportamento na escola e da violência domestica (que para o senhor era apena uma forma de educar) e ele toca a culpar os muçulmanos pelos males do mundo...
Isto há vidas....

Sem comentários:

Enviar um comentário